
Em uma roda de amigos na Bahia, lá pelas tantas e sei lá como, o assunto era analfabetismo funcional, e isso depois de várias e várias caipirinhas. O debate ficou acalorado, mas passou do sério para o divertido e como estávamos na Bahia, os exemplos passaram a ser do nordeste.
Daí, uma das pessoas contou que ao entrar um dia na cozinha de sua casa pegou a empregada lendo os escritos em uma lata: eme o MO - ele i LI - cê o CO: LE- I -TE. Pronto: foi gargalhada para todos os lados. Os mais novos, e de Brasília, começaram a rir não somente do exemplo, mas da maneira como os mais velhos, e do nordeste, soletravam.
Foi aí que se instalou um hilário concurso de soletrando interestadual e por uma galera prá lá de animadinha. Enquanto os de Brasília soletravam CASA como C-A-S-A, os do nordeste representados pela Bahia, Alagoas e Pernambuco, soletravam como Cê a - CA – Esse a – ZA: CASA. Afinal S entre vogais tem som de Z. E dá-lhe gargalhada de todos os lados. Alguém resolveu lançar a palavra cachorro. A resposta veio em coro: cê a CA – Cho co CHO – erre o RO: CACHORRO. Cho co Cho??? Mais e mais gargalhadas...
Foi um festival de palavras e soletrações e quem estava de fora não consegui entender porque aquele povo todo falava e ria ao mesmo tempo. Mas conversa de bar é assim mesmo, começa sei lá como e, na maioria das vezes, termina com todo mundo rindo de chorar sabe-se lá por quê. Mas que é sempre divertido, ah isso é!